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Quarta, 16 de março de 2022
Por Sueli Pessoa de Oliveira, enfermeira certificada em Excelência Operacional
Lean é uma metodologia desenvolvida pela Toyota após a 2ª Guerra Mundial, com objetivo de manter a economia empresarial em um cenário onde manter custo baixo e sem desperdício era fundamental para a reconstrução. Conceito japonês dos 5 “S” :
Seiri – Senso de utilização
Seiton – Senso de organização
Seiso – Senso de limpeza
Seiketsu – Senso de padronização
Shitsuke – Senso de disciplina
Utilizando-se desse conceito para otimizar seus processos, e partindo do pressuposto que precisamos entender a “dor” do cliente para saber o que de fato ele quer, conseguimos reduzir assim os processos que não agreguem valor ao produto. Além disso, podemos controlar os desperdícios e aumentar a margem de lucro da empresa.
Hoje é uma metodologia muito bem empregada na indústria automobilística, civil, aviação, econômica e recentemente na saúde, por ter como princípio a redução de partes do processo que não gerem valor agregado para o cliente.
Em 1986, a Motorola associou à metodologia Lean ferramentas que reduzem a variabilidade (defeitos) do produto final, agregando maior qualidade e maior lucratividade no processo. Essa metodologia foi denominada Six Sigma.
Nasceu então o Lean Six Sigma, duas metodologias distintas mas que só funcionam dentro de uma equipe de trabalho envolvida, sincronizada e focada com objetivo de oferecer a um determinado processo a mesma linha de pensamento:
Costumo dizer que o Lean Six Sigma não é uma metodologia, mas sim uma filosofia, a ponto de você conseguir enxergar oportunidade de otimização em qualquer processo do dia-a-dia, seja ele corporativo ou pessoal.
No meu ponto de vista, o principal desafio da implementação do Lean Six Sigma é cultural, pois trata-se de uma mudança do olhar de cada pessoa que compõe o processo, em um exercício diário de enxergar oportunidades de melhoria em todas suas ações. Partimos do princípio que o processo não é seu, mas sim de um cliente, que precisa ter voz e participação em todo o CTQ (Critical to Quality). Assim, paramos de fazer o que achamos que o cliente quer para, na verdade, começar a entregar o que realmente ele espera.
Sendo assim, no processo de implantação do Lean Six Sigma em uma instituição (cliente) faz-se necessário que se tenha um planejamento estratégico muito bem alinhado, com seu desdobramento de metas definidos e toda a equipe com foco no resultado. Um trabalho de treinamento para todos os colaboradores, em especial, aqueles que estão na operação direita (uma vez que são os responsáveis pelas entregas), nos diferentes níveis belts (white, yellow, green, black, master black, sponsor e champions), é fundamental.
É importante ressaltar que a metodologia Lean Six Sigma visa diminuir etapas de um processo, diminuir custo aumentando a lucratividade, mas não é algo milagroso e instantâneo, necessitando de um planejamento extenso, identificando todos os gargalos e gerenciando os riscos para o desenvolvimento de um trabalho construído a muitas mãos, garantindo um resultado satisfatório no final.
Hoje as metodologias ágeis estão cada vez mais incorporadas ao Lean para que gere entrega rápidas. Estamos vivendo no conceito de mundo VUCA, onde o que está definido hoje, amanhã acaba não atendendo mais a necessidade do cliente.
Precisamos constantemente aprimorar as ferramentas existentes nas metodologias, e por quê não desenvolver novas ferramentas que nos deixem um passo além para entregas mais efetivas?
Boa semana a todos e até breve!
